FANEDIÇÃO NAS AULAS DE BIOLOGIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA EEM JOAQUIM MAGALHÃES

   Historicamente, a reflexão sobre o ensino de ciências tem sofrido uma série de transformações que indicam uma nova tomada de perspectiva no sentido de sua efetivação. Se, antigamente, acreditava-se que ensinar ciências era transmitir, de modo mais verbalista possível, informações sobre aquisições científicas importantes; atualmente, parte da reflexão que se tem indica ser imprescindível abandonar velhos métodos e criar alternativas para que alunos desenvolvam seu fazer científico na resolução de problemas sociais e cotidianos.

        Assim sendo, não podemos esquecer que muitos professores têm procurado investir, em seus setores específicos, na busca pelo incremento de seu fazer pedagógico. Um desses investimentos que tem se assistido contemporaneamente é o uso de fanzines em disciplinas escolares e acadêmicas diversas (MARANHÃO, 2012).

   O fanzine é um veículo de comunicação, uma produção gráfica, uma publicação independente de baixo custo financeiro e alto valor didático pedagógico. Observando-o como instrumento útil à educação, podemos dizer que zines se caracterizam, principalmente, por possibilitar o despertar do senso crítico e estético daqueles que o fazem. Os zines são úteis ao exercício estético, pois quem o faz experimenta a composição singular de uma imagem mais ou menos caótica e ainda assim, dotada de sentido. Também experimentam a criticidade já que, a partir dos zines, faneditores desenvolvem habilidades de olhar e refletir criticamente sobre assuntos referentes à cidade, às condutas cotidianas, a problemas sociais, etc. que podem vir a ser problematizados a partir da composição de textos literários, acadêmicos, imagéticos, científicos, humorísticos, dentre outros estilos, a ser propagados através de um zine.

         Por tudo isso, propomos a produção de zines em aulas de biologia para a abordagem do assunto "Educação em Saúde - As doenças parasitárias" na EEM Joaquim Magalhães, em Itapipoca-CE, nos meses de Outubro e Novembro/2017. Os zines foram elaborados pelos estudantes da Educação Básica - mais precisamente, uma turma de 2º Ano do Ensino Médio - em colaboração com bolsistas de iniciação a docência do PIBID/Bio-FACEDI, que atuam no referido espaço escolar. A seguir, apresentamos brevemente o modo como as atividades zínicas se sucederam nas aulas de biologia.

a) Introdução do universo zínico para os estudantes
A apresentação do fanzine ocorreu para os alunos através de uma apresentação em PowerPoint combinada com a exposição dialogada de alguns exemplares que os alunos puderam folhear. Na ocasião, houve a exibição de vídeos, assim como a entrega e discussão coletiva de roteiros que detalham os procedimentos básicos da produção de um fanzine artesanal.

b) Produção supervisionada de zines envolvendo a temática Educação em Saúde.
Os fanzines foram construídos pelos estudantes sob a orientação dos licenciandos (BID), baseando-se nos conhecimentos biológicos relativos as doenças parasitárias. Nesse sentido, os temas propostos para serem abordados nos fanzines, foram: Micoses; AIDS; Doença de Chagas; Sífilis; Gonorreia; Zika e Chikungunya. 

Distribuição dos orientadores (BID) da atividade e dos temas para cada grupo de alunos.

Exposição, exploração e problematização das temáticas propostas nos espaços grupais.

Planejamento e produção de fanzines sobre Educação em Saúde nas aulas de biologia.

c) Fanzinada.
Após a entrega dos zines, houve a reprodução dos mesmos em máquinas copiadoras. Posteriormente, eles foram trocados e/ou distribuídos dentro da escola como meio de socialização dos conhecimentos biológicos e da Educação em Saúde no intervalos entre as aulas formais. Acesse nossa página, intitulada: FANZINADA NA ESCOLA, para visualizar os registros fotográficos desse momento.

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[1] No texto, são tomados como sinônimos os vocábulos: fanzinedição, fanzinagem, fanedição e prática faneditora. Veja também a página sobre Vocabulário Zínico. Nela, você conhecerá os termos que são próprios desse universo.